Com novembro à porta, espreita já, num recanto do olhar, a lágrima da saudade por quem um dia «nos morreu»! E levanta-se um corrupio de gente, numa romagem ao cemitério, que depressa corre o risco de se perder numa romaria de velas e flores! Será que, deste modo, pensamos a morte para mais fundo pensarmos a vida? Ou será que nos enterramos ainda mais na tristeza dos que vivem no mundo, sem Deus e sem esperança?
Deus é vida e, por isso, a pessoa humana, feita à imagem de Deus, aspira pelo amor, pela alegria e pela paz! Este desejo de uma vida maior é, portanto, um sinal inscrito no coração humano, de que foi Deus quem nos criou, de que temos em nós a Sua «marca»! Eis porque Zaqueu, um homem «bem na vida», procurava, a todo o custo, ver Jesus, para encontrar a vida maior! Sem Deus, a sua vida não tinha dimensão bastante, era ainda de pequena estatura. Zaqueu sobe à árvore, como quem trepa pela vida acima; esforça-se por ver Jesus, para assim encontrar a Vida, em toda a sua vastidão e beleza! Na verdade, cada pessoa humana é criada para aquilo que é grande, para o infinito! Qualquer outra coisa é ainda insuficiente. Por isso, sendo visto e encontrado por Jesus, Zaqueu larga mão da sua vida para se agarrar à vida de Deus! E bem podemos imaginar o primeiro desabafo, em sua casa: «Criaste-me para Ti, Senhor, e o meu coração não descansa, enquanto não repousar em Ti»!
A esperança de Zaqueu chama-se agora Jesus!
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