domingo, 29 de janeiro de 2017

IV domingo do Tempo Comum


Oito loucuras de um pobre sonhador! 
As bem-aventuranças! 
Nelas Jesus vai desenhando o seu retrato. Foi içada no alto do monte a bandeira da felicidade! Bem no alto, donde todos podem ver. Bem no alto aonde nem todos ousarão subir! Era o Sermão da sua Vida. Nele, o Mestre felicita um «resto» de gente que não tem nada a perder. Reduz a nada aquilo que parece valer alguma coisa! Um excesso de loucura que Ele havia de pagar com a morte...


domingo, 22 de janeiro de 2017

III domingo do Tempo Comum


«Eu sou a Luz do mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida» (Jo.8,12). 
O encontro pessoal com Cristo ilumina a nossa vida com uma nova luz, orienta-nos pelo bom caminho e leva-nos a ser suas testemunhas. 
Na nossa cidade, nos nossos ambientes de profissão, de estudo e convívio, nas nossas viagens de trabalho ou de lazer, encontramos muitas pessoas que hesitam entre a fé e a descrença, entre o sentimento religioso e a desilusão de Deus, entre a revolta e o desejo de regresso à Igreja! 
Elas precisam muito da atenção pessoal de cada um nós, de modo a sermos para elas, guias hábeis e amorosos, que as possam entusiasmar na fé, através do diálogo, do conforto e do testemunho. É muito importante que, para vencer as trevas do medo, da desolação, da solidão e do desencanto essas mesmas pessoas façam parte na vida da comunidade. Por isso, são chamados por Deus, do fundo do abismo, são (re) pescados e trazidos à rede, para estarmos juntos. «Se caminharmos na Luz, como Ele está na Luz, estamos em comunhão uns com os outros» (I Jo.1,6).
Importa, pois, reconstruir a nossa comunhão, de certo modo, «consertar as redes», refazer a unidade, voltar à comunhão…
Regressar à casa da Igreja, e entrar no mesmo barco...


domingo, 15 de janeiro de 2017

II domingo do Tempo Comum


A Liturgia vestirá o Verde para marcar a esperança e o caminho com Jesus. Neste domingo comum aparece-nos um João a falar de um outro João, o Baptista, que no Cristo jovem, saído do silêncio, viu o Cordeiro de Deus. 
O exemplo de João Baptista, que admite desconhecer Cristo para depois o reconhecer na fé, é elucidativo para nós, os crentes. O crente é, de alguma maneira, um não crente que se esforça todos os dias por começar a acreditar. Se não fosse assim, a fé seria uma ideologia, a presunção de ter compreendido tudo, e não um contínuo regresso e um ato de confiança sempre novo no Outro que é acolhedor e fiel no amor. 
À imitação de Jesus, Cordeiro manso e humilde, façamos da nossa vida um testemunho tão feliz e tão belo que atraia os outros para Cristo, com a luz da fé, a força da esperança e a alegria do amor.


sábado, 7 de janeiro de 2017

Epifania do Senhor

Por teus olhos acesos de inocência
Me vou guiando agora, que anoitece.
Rei Mago que procura e desconhece O caminho!
Sigo aquele que adivinho anunciado
nessa luz, só de luz adivinhada,
infância humana,
humana madrugada.
Presépio é qualquer berço
onde a nudez do mundo tem calor
e o amor recomeça.
Leva-me, pois, depressa,
através do deserto desta vida,
à Belém prometida...
… Ou és tu a promessa?

Miguel Torga